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Dia das Mães mexe com quem escuta


Dia das Mães é uma data que toca quem exerce a profissão de psicólogo de um jeito singular.


Parte da nossa formação envolve o estudo das influências dos pais no desenvolvimento humano. E como se sabe, o papel da mãe tem uma função inaugural e estruturante — regula afetos, fornece segurança e sustenta o mundo interno da criança. Não é à toa que essa data mexe com a gente.


Na transferência, muitas vezes ocupamos o lugar simbólico da função materna — uma presença constante, segura, cuidadora. Na relação terapêutica, oferecemos, ainda que de forma limitada, um tipo de cuidado que, para alguns pacientes, pode ser inédito: aquele que acolhe sem exigir, que vê sem julgar, que permanece.


No Dia das Mães, lembramos também das pacientes que são mães. Dos desafios na criação dos filhos, da culpa, da cobrança por perfeição, da pressão do julgamento social. Nem todas se sentem à vontade neste dia. Algumas se perguntam, em silêncio: "Será que estou sendo uma boa mãe?"


Daí o ditado popular: mãe é padecer no paraíso.

Às vezes, nós — terapeutas — somos chamados a fazer o papel de mãe dessas mães. Oferecemos escuta. Reconhecemos seus esforços. Consolamos suas lágrimas. E por breves instantes, permitimos que sejam filhas de novo.


Por fim, nesta data tão significativa, não poderia deixar de homenagear a minha.Tenho a sorte de ter uma mãe que me deu amor incondicional — a mulher que sustentou meu mundo nos braços e me ensinou, aos poucos, a segurá-lo por conta própria. Mãe, obrigado por me fazer quem sou. Te amo.


Obrigado também aos meus pacientes — que me permitem exercer, dia após dia, esse cuidado, às vezes “materno”.


E obrigado a você, leitor, por partilhar comigo essa experiência humana universal: a de termos vindo ao mundo por alguém — e precisarmos, ao longo da vida, entender o que fazer com isso.


 
 
 

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